Eu.......
Nasci a 14 de Março de 1986 no Hospital de V. N. Gaia pelas 7h30m.
Nasci numa família de 5 raparigas e 1 rapaz, eu sou a mais nova.
Eu sempre fui uma criança muito unida á família.
Tive sempre o acompanhamento dos irmãos em todos os passos que dei. Por ser a mais caçoula, fui sempre privilegiada em muitos aspectos.
Como de identifico:
Sou uma pessoa persistente, teimosa, humilde, alegre, divertida, comunicativa, simpática amiga do amigo e estou sempre pronta a ajudar.
A minha adolescência.
Na minha adolescência, tive que crescer muito depressa e não pude aproveitar a minha adolescência ao máximo.
As minhas irmãs começaram a casar e eu ficava sempre a sofrer, pois cada vez que uma saía de casa eu sentia me abandonada, sozinha e muito carente.
Eu tinha 7 anos quando nasceu o meu primeiro sobrinho, o que para mim era muito estranho pois na minha cabeça só se podia ser tia quando fossemos mais crescidas, então eu dizia que era prima e não tia.
Na altura de a minha mentalidade crescer aos poucos a minha mãe teve um grande problema no coração, o que fez a minha mentalidade crescer de criança para adulta para me puder safar na vida sozinha, não depender de ninguém e para puder ajudar a minha mãe em todo o que ela precisa se para estar comigo muitos anos de vida.
O grande dia.
No dia 18 de Janeiro de 2002 houve uma festa na escola que eu frequentava, a minha turma e professores queriam que eu fosse à festa para participar e para desanuviar as ideias. Eu sabia que isso seria impossível por ser á noite e os meus pais nunca me deixaram dormir fora de casa quanto mais para ir a uma festa.
A minha mãe permitiu que eu fosse à festa e que dormisse na casa da minha colega (Cláudia).
Eu fiquei radiante.
Mal sai do hospital, fui directa para a escola, nisto uma colega minha (Rita Deus) que iria também à festa, mas acompanhada com o tio (Vítor Deus), que fazia anos (21 anos) nesse mesmo dia, chegaram também nesse mesmo momento.
Fomos apresentados e dirigimo-nos à festa.
A festa era no ginásio da escola.
Ao conhecer o Vítor fiquei a simpatizar muito com ele, durante uma semana andamos sempre a trocar SMS, onde nos ficamos a conhecer um pouco. E ao fim de uma semana começamos a namorar. Até hoje….
A vida a dois.
Após 3 anos de namoro decidimos viver em união de facto. Correu sempre tudo muito bem, mas infelizmente eu encontrava me desempregada o que dificultava a vida financeira de um casal em início de vida. Mas ao fim de algum tempo lá arranjei um trabalho com contrato efectivo o que melhorou muito a nossa vida.
Passado 1 ano compramos a nossa casa.
Encontrava me a 9 meses a morar na minha casa, fiquei grávida. Foi um momento lindo de viver, todos estavam felizes e já se falava do nascimento com muita ansiedade. Mas a gravidez não vingou. Tive um aborto espontâneo ao 3º mês. Estávamos a um mês do nosso casamento. O que abalou a nossa relação. Mas com o tempo as coisas foram se compondo e o amor venceu uma grande derrota.
O meu casamento.
Casamos no dia 23 de Abril de 2006, foi um dia confuso, bonito e cansativo.
Não tive muitos convidados foram só os mais chegados: pais, sogros, sobrinhos, avo materna, cunhados, padrinhos e um colega muito chegado que até serviu de fotógrafo. Não queríamos uma grande festa por ainda estar mos abalados com a perda de um bebé.
Nesse dia descobri que o meu pai estava canceroso e que dentro de poucos dias iria ser operado.
O ano de 2006 só teve uma coisa de bom, O Meu Casamento. Não era que ao viver em união de facto não fosse feliz, foi mais afirmar um sentimento à frente de todos.
De resto foi um ano muito triste com a perda de uma criança, à doença grave do meu pai.
Nesse mesmo ano ele foi operado e correu tudo bem. Teve uma recuperação muito cuidadosa.
Gravidez do Hugo.
No mês de Junho de 2007 descobri que estava grávida novamente, já me encontrava com 2 meses e meio.
Em meados de Agosto soube que iria ter um menino. Durante toda a gravidez fiz muitas ecografias e andaram sempre a alterar o sexo da criança. Nestas ecografias fui avisada do perigo que existia para mim e para a criança, pois eu encontrava me com muito pouco liquido amniótico.
Estive a gravidez toda em casa em repouso.
O nascimento inesperado.
No dia 5 de Fevereiro fui a uma consulta de termo de gravidez e fui encaminhada para descanso e preparar me para fazer uma cesariana, que estaria marcada para o dia 18 de Fevereiro.
Mas…..
Dia 8 de Fevereiro, eu fui teimosa e tive que fazer a limpeza em casa, o que não correu muito bem, pois ao colocar uma cortina no sitio, estiquei me demais e a bolsa rebentou.
Eu estava sozinha em casa naquele momento, telefonei ao meu marido e ele em 5 minutos já se encontrava em casa.
Levou me ao Centro Hospitalar de Gaia/Espinho.
Mal entrei, fui recebida por uma enfermeira-parteira, pois o meu bebé não tinha dado a volta e não podia nascer de parto normal e como me rebentou a bolsa havia perigo para o bebé.
Mas tudo correu bem, pelas 23h35m dei entrada no bloco. A epidural (raquio no meu caso), não me fez efeito, anestesiou me um lado do corpo mas outro não, então tive que receber anestesia geral.
O dia do nascimento do meu anjo Hugo.
Pelas 00h18m do dia 09-02-2011 o Hugo David Silva Deus nasceu com 2590Kg e 47cm de comprimento. Ele teve uma depressão respiratória e teve que ser encaminhado para a Neonatologia.
Só passadas 18h do seu nascimento é que finalmente conheci o meu anjo.
Vida profissional
Eu com 16 anos comecei a trabalhar numa loja de roupa, cujo nome é “Cotton”, fica situada na Rua 31 de Janeiro no Porto.
Trabalhei aqui 6 meses, vim embora por motivos económicos da própria empresa.
Ao sair deste contrato de trabalho, fui logo trabalhar para o supermercados de Avintes, “Intermarché”. Trabalhei lá por 1 ano, vim embora por mudança de gerência.
Tive 1 ano desempregada, mas sempre trabalhei no sistema ocupacional.
Em 2004 entrei para a empresa “Decanor” como operador de máquinas. Trabalhei lá quase 4 anos, mas infelizmente como o mercado não era muito favorável a vendas, houve lugar a despedimento colectivo. Mal sai desta empresa entrei directamente para a “Securitas” como vigilante, trabalhei lá muito pouco tempo pois era em regime de part-time e o vencimento não me cobria os gastos.
No início de 2010 recebi uma carta para me apresentar no centro de emprego de gaia para saber informações da minha candidatura nos cursos em que inscrevi. Fui comunicada que o curso Técnicas Administrativas iria ter início em meados de Março mas só sabia se entrava na formação depois de completar todos os requisitos pedidos: Entrevista; consulta medica; entrega de variada documentação e da realização de testes psicotécnicos.
O início do meu percurso formativo.
No dia 15 de Março pelas 8h00m iniciei o meu percurso formativo através do Instituto de Emprego e Formação Profissional pelo Sector Terciário do Porto no Lar Juvenil dos Carvalhos.
Esse 1º dia foi muito cómico, conhecer os meus colegas de turma, os meus responsáveis, conhecer as instalações, ter conhecimento das regras impostas a todos os formandos.
Os nossos responsáveis avisaram nos que não iria ser fácil, para não pensarmos que era tudo muito lindo quando todos temos personalidades diferentes e pode haver conflitos muito sérios na sala de aula.
A meio da primeira semana já existia desistências, duas das colegas de turma desistiram uma por doença a outra por ter encontrado um trabalho promissor. Durante os seguintes dias tivemos novos três colegas de turma, o Paulo Vicente, a Sónia Lopes, e uns ias depois o José Moura. Nesta altura já estávamos a ter algumas amizades em grupo e o facto de termos novos colegas não afectou em nada as amizades existentes. Com o tempo a turma foi se dividindo em grupos mas havia sempre alguém que não se juntava á turma e foi assim sempre até ao fim da formação. Ao início fazia impressão mas depois com o tempo apercebi-me que essa pessoa tinha uma personalidade complicada, era muito conflituoso, chegou a criar várias discussões com vários membros da turma. Desde o início até ao fim da formação eu mantive uma amizade em grupo com Amélia Soares, Carmo Santos, Débora Moreira, Cláudia Roque, Sónia Almeida e Salima Vaz.
A Grande Descoberta do Ano 2010.
No dia 10 de Abril recebo a notícia que me encontro grávida de 10 semanas. Fiquei em choque, pois não foi pensado nem desejado estar de bebe naquele momento, tinha iniciado uma formação há muito desejada e o marido não tinha trabalho certo e já tinha um filho para sustentar.
Dia 12 falei com a minha mediadora, Cláudia Castanho, disse-lhe que não queria desistir do curso, que iria fazer tudo para não ter problemas com a formação. Ela deixou me logo descansada pois eu não iria ser a primeira nem a ultima mama a frequentar uma acção de formação.
Tudo estava a correr bem, até meados de Setembro tive que ficar de baixa médica por antecedência ao parto. Pois o meu bebé corria risco.
Mais uma vez eu encontrava-me com pouco líquido amniótico e o bebé estava também sentado.
Tive que acompanhar a formação possível em casa, pois a baixa médica durou um mês antes do nascimento da criança e mais um mês depois do seu nascimento pela maternidade.
Todos os módulos que era possível efectuar os trabalhos a partir de casa eu completei. Tudo isto com a ajuda dos Formadores e de alguns colegas de Turma. Que me vinham visitar e transmitam o que aprendiam.
A preparação do nascimento do Duarte...
Dia 7 de Outubro de 2010, pelas 21h30m dirigi-me ao Centro Hospitalar de Gaia/Espinho para ficar internada e me preparar para a cesariana que iria ocorrer no dia seguinte.
O nascimento do Duarte...
Dia 7 de Outubro de 2010, pelas 10h32m o David Duarte Silva Deus nasceu com 3100Kg e 47cm de comprimento.
Nasceu sem qualquer problema e por isso mesmo veio logo para a minha beira.
De volta à formação...
Dia 8 de Novembro de 2010, regressei à formação em sala. Foi diferente entrar na sala de aula, estar novamente com os meus colegas de curso e ao mesmo tempo não saber como iria ser a recepção á minha chegada. Soube que durante a minha ausência tinha ocorrido uma discussão em turma com formador sobre a minha permanência no curso. O que tornou a minha chegada ainda mais estranha.
Neste dia uma colega de curso fazia anos, Marina Cunha, e como era eu que guardava a lista dos aniversários tornou-se ainda mais estranho por não organizar o seu aniversário.
Mas acabou por correr tudo bem. Tinha sido mudada de lugar, o que na altura fiquei triste mas agora dou me por muito contente em isso ter acontecido, pois assim tive uma grande aproximação com a minha colega Cláudia Roque.
O que mudou em mim com esta formação.
Eu cresci muito durante a formação.
Obtive conhecimentos, aprendi muita coisa que desconhecia, e aprofundei conhecimentos que obtinha mas ainda tinha muito a acrescentar e aprender.
A nível pessoal, fiquei muito mais confiante comigo. Aprendi a confiar nos outros que era um grande obstáculo para mim antes da formação. Eu não confiava em ninguém com medo de sofrer. Aprendi a enfrentar os vários problemas da vida e a olhar para eles de frente com garra e esperança.
Eu não era pessoa de escrever, não tinha gosto, agora já tenho capacidade para escrever e desenvolver textos e só me apercebo desta capacidade no fim de completar a minha ideia e quando vou a ler o que escrevi até me orgulho do que agora sou capaz de fazer.
